NINHO DE HISTÓRIAS

NINHO DE HISTÓRIAS

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O LOBO E O CORDEIRO

A razão do mais forte é a que vence no final
(nem sempre o Bem derrota o Mal).
Um cordeiro a sede matava
nas águas limpas de um regato.
Eis que se avista um lobo que por lá passava
em forçado jejum, aventureiro inato,
e lhe diz irritado: - "Que ousadia
a tua, de turvar, em pleno dia,
a água que bebo! Hei de castigar-te!"
- "Majestade, permiti-me um aparte" -
diz o cordeiro. - "Vede
que estou matando a sede
água a jusante,
bem uns vinte passos adiante
de onde vos encontrais. Assim, por conseguinte,
para mim seria impossível
cometer tão grosseiro acinte."
- "Mas turvas, e ainda mais horrível
foi que falaste mal de mim no ano passado.
- "Mas como poderia" - pergunta assustado
o cordeiro -, "se eu não era nascido?"
- "Ah, não? Então deve ter sido
teu irmão." - "Peço-vos perdão
mais uma vez, mas deve ser engano,
pois eu não tenho mano."
- "Então, algum parente: teus tios, teus pais. . .
Cordeiros, cães, pastores, vós não me poupais;
por isso, hei de vingar-me" - e o leva até o recesso
da mata, onde o esquarteja e come sem processo.

La Fontaine

LA FONTAINE

La Fontaine escreve: "Sirvo-me de animais para instruir os homens. Procuro tornar o vício ridículo por não poder atacá-lo com braço de Hércules. Algumas vezes oponho, através de uma dupla imagem, o vício à virtude, a tolice ao bom senso... Uma moral nua provoca o tédio. O conto faz passar o preceito com ele; nessa espécie de fingimento, é preciso instruir e agradar, pois contar por contar me parece de pouca monta."

domingo, 5 de setembro de 2010

OLHA A FANTASIA

música) Olha a fantasia
Letra/Música: Ed Barba

Olha a fantasia,
Olha a brincadeira,
Olha essa bola, bola de sabão.
Gira o mundo inteiro,
deixando saudades no meu coração.
Pula amarelinha,
Roda de ciranda,
Roda meu pião.
Anda pela esquina,corre atrás de pipa,
Vem me dê a mão.(BIS

CONTOS DE FADAS

Antes mesmo dos desenhos em paredes, a descoberta do fogo, o homem emitia sons vindo do mais rico e natural instrumento " as cordas vocais".
Dos balbucios aos sons onomatopaicos até dialetos, sempre nos comunicamos pela oralidade junto com novas comunicações.
Essas comunicações surgiram da necessidade de exprimir idéias, mostrar a evolução de cada época e período da humanidade.
Sendo o homem egocêntrico porque não contar e cantar seus feitos? E mais tarde com a escrita mostrando seus feitos , desejos, medos.
Surge o contador e cantador até mesmo o escritor de histórias, que de inicio seria aos adultos e no decorrer faria parte da infância de cada individuo.
Qual a necessidade de criar o conto de fadas e mais porque manter?

Nossa sociedade é melhorada, instruída pela ciência e tecnologia, não nos cabe feitos heróicos e místicos na vida.
Os contos de fadas, nada mais são do que a necessidade do homem em escapar de sua realidade e transformar-se, melhorar-se.
Se de início havia contos de adultos para adultos, onde mostrava a necessidade de se fazer grandes feitos esquivando da mediocridade, levando suas histórias ou a mostra da desvalorização ela seria colocado no mundo fantasioso das crianças.
Com o desenvolvimento da humanidade e a força da ciência exata que se criava, o mundo tornava-se mais objetivo, cinza, duro e com essas características nascia a distorção dos valores morais, das boas atitudes.
Para que os valores fossem resgatados, nada melhor do que iniciar pela infância, mas como chegar até ela?
É ai que os contos de fadas tem seu ápice, criando personagens deslumbrantes acima do bem e do mal, que mostra através de magia atitudes e valores. Seres inanimados invadem a realidade e a consciência infantil e começa a moldar o caráter.
O convívio com os contos além de formar caráter, provoca catarse e desenvolve o senso crítico, a estrutura e a forma dos contos, desperta a imaginação dando condições para que ela resolva seus conflitos internos, dando equilíbrio emocional.
Portanto o conto de fadas é a necessidade de sermos o que gostaríamos heróis ou heroínas, adultos virtuosos e destemidos aos olhos das crianças.
“Se podemos sonha-los, podemos realiza-los”, é o que significa para criança, a realização na sua consciência, ação no seu mundo de construção.
O objetivo desse texto é mostrar a preciosa ajuda que os contos de fadas tem na formação da criança.

Bibliografia;
Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias; Celso Sisto, Editora Argos/2001
Contar histórias uma arte sem idade; Betty Coelho, Editora Atica / 2001
Ouvidos dourados ; Jonas Ribeiro, Editora Ave Maria / 2000
Poesia Futebol Clube e outros poemas. Paulo Netho, Editora Formato / 2007
A psicanálise dos contos de fadas; Bruno Bettelheim, Editora Paz e Terra / 1980
Contos de fadas ; Irmãos Grimm, Editora Iluminuras ltda / 2001
Literatura infantil - Gostosuras e bobices Fanny Abramovich;Editora Scipione / 1